terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Afogo-me no medo do amor

Não escolho o silêncio do tempo,
Nem o grito do fogo,
Que arde em meu dorso…
Não fujo do fumo da guerra,
Que devasta a planície do meu olhar.
Não sinto o ardor da lágrima,
Que cai entre as margens da face,
Nem a voz do filósofo…
Solta nas suas plumas agridoce,
Que ondula no mar da discórdia.
Não temo a penumbra do negro,
Nem os corvos que professam nevoeiros,
Numa encosta nua,
Despida dos filamentos arco-íris,
Entre o calvário de um botão em flor.
Não temo o trovão na tempestade da noite,
Que engole a luz da raiz do sentimento,
Nem as vestes da sombra no meu quarto sombrio…
Entre os farrapos da tristeza que vestem o poeta,
Não temo o sufoco do aceno da saudade na última vez,
Nem a bala perdida…
Que trespassa o leito deitado num seio nu.
Apenas temo… tão só
Perder-te!!!

Sem comentários: