domingo, 2 de agosto de 2009


Nas horas que me sobram
Dos dias que me fogem
Procuro o que me escapa
Nas entrelinhas do que escrevo...

São pequenos detalhes
Das coisas que não vejo
Mas que pressinto...
Estão lá
Em cada vírgula que não meto
Em cada ponto final que não uso
Até nas interrogações que por vezes me faço
Nas afirmações que admito
E nas reticências que me denunciam...

É este o meu livro
De matéria virtual
Que escrevo em tela negra
Sem festa nem pompa...
À mercê de um qualquer vírus
Que o apague dos registos
Ou o leve sem destino...

Não me importo
Escreverei outro
Tenho tempo...

Até que alguém se lembre
De me obrigar a parar!...

Sem comentários: