quarta-feira, 31 de março de 2010

Na penumbra do vácuo

São tão vazios os dias
Na penumbra do vácuo
O vento canta lá fora
Leva com ele folhas
Para o cume dos telhados

As nuvens choram
Em prantos húmidos
Nas costas do sol
A nostalgia vagueia
Pelas paredes brancas

O lume nos vidros
Crepita sonhos…

Utopias de gente que sente
Com medo dos gritos…

Voam nos planaltos aromas da terra
Buracos profundos
Que o espírito espanta
Na dor de não saber calar…

As árvores pintam o verde
Em branca flor…
O Inverno acena um adeus
Mas a Primavera
Teima em não chegar…

E será somente
Um dia vazio de Verão…

Ana Coelho



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