sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Correntes Vadias e as Musas do Tempo

Secaram as nascentes que alimentavam as rosas
Esqueceram-se dos rios que transbordam o meu jardim
Um amor carpido nos caminhos do céu
Pinta as novas flores em folhas de jasmim

Já repicam os sinos...
À terceira badalada acordam as estrelas
As fases lunares são musas do tempo
Serenatas mistas...regalo dos mares
Perdem-se neste rio sem fim

Abrem-se as cores de um novo céu
Quebra-se o encanto
Devaneios e loucuras são um sonho errante
Avista-se daqui a simulação do desejo
Reparte com o mundo a melhor fracção do momento

Abrigo-me no deserto do tempo
E a água das rosas perde-se nas areias movediças
Beijos lunares carecidos de afectos
Molham-me a face rosada
Traem-se no seu genuíno anseio

Centelhas vazias amansam o calor da emoção
Amores que se espantam
E cios agonizam nos momentos de silêncio
O espírito acorda o perfume das rosas
Um jardim que se encanta com poemas e prosas

Adormecem os ecos do vento que passa
Amaciam as roseiras em flor
Quebra-se esta monotonia
E a corrente de beijos
Corre vadia...rega as pétalas da sede de amor

Mª Dolores Marques