domingo, 20 de outubro de 2024

Morrem as estações







Cai a geada em

fissuras da alma

morrem as estações

multiplicamos por mil os refúgios

não sabemos se nos voltamos a ver.


Tropeçamos em amores partindo

soluçamos ombros escorrendo raiva.


Ah, quem estendesse murmúrios de aves

gritos brancos de corpos livres

rios serenos em ascensão!


E agora?


Fere tanto aquele olhar

ausente de colo!


Volta o ranger das palavras

em cima de uma sepultura de mãos

cheias de ausência.







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