terça-feira, 14 de abril de 2015

Quão fundo é o areal de pedra e sargaço


Quão fundo é o areal de pedra e sargaço
por onde adormece o cansaço dos meus passos
abandonados ao perfume salinizado  dos mares
e ancorados ao pontão das longínquas memorias

Perdem-se no murmurar surdo dos temporais
o eco das palavras multíplices de desejo
que anoiteceram  na quentura ausente dos corpos
das diáfanas caricias  memoriais do tempo

E na boca de todos os infernos, pernoitam
os pedaços de silêncios adormecidos
e nas vagas chamuscadas do olhar persiste
a cor vermelha das malvas e o tilintar 
dos suspiros fatigados na tez acerejada da pele


Escrito em multi datas

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