sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Sancho é real D. Quixote



Não tentes calar a minha voz

Com o fato metálico de chapa ridícula

Onde não há lanças nem archotes nem árvores suspensas.


- O Sancho é real D. Quixote!


Enche os bolsos de lendas antigas

Mastiga os pássaros caídos na valeta

E acena às crianças pobres um futuro miserável


Não tentes calar a minha voz

Com o relinchar de um cavalo de pau

Onde as ferraduras são feitas de trevos e vertigens


- O Sancho é real D. Quixote!


As cidades adormecem por baixo de outras cidades

Onde as lixeiras e o lodo do rio trás à tona o condenado de Victor Hugo

O cio cresce na boca dos saqueadores e a saliva afia a guilhotina


- Já crescem cabeças nos campos de trigo D. Quixote

2 comentários:

Artes e escritas disse...

Concordo, são duas cidades divididas que não se encontram a não ser pela televisão. Um abraço, Yayá.

irene alves disse...

Subscrevo totalmente. Mtº.bom.
Bj./Irene