quarta-feira, 17 de agosto de 2011

NO PRINCIPIO ERA A ÁGUA



Aquilo que trago das entranhas da mãe
E pressinto no instante
Em que me senti ser gente
E vai já lá tão distante
É uma sede insaciável
A de ser aquele que sou
Na plenitude da minha humanidade.
E pergunto-me: estarei a sê-lo?

No concretizar deste sonho
Muitas são as vertentes
As cascatas de água que jorram
Da montanha do meu ser
E que espelham o lado sublime
Do que penso ser
A vertigem da minha passagem.
Desfiladeiros de águas
Que na impetuosidade
Dos invernais desmandos
Perdem as cores da primavera
Mas nem por isso, descartam de si
Eflúvios de esperança.

Antonius

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