Na estática morada
Permanecem os passos dados
Desenquadrados das imagens
E das pedras da calçada
Pelas pegadas descobertas
No poiso das pombas soltas
Onde as fontes então secaram
E o rio caminha em paralelo
Ladeando as suas margens
De onde brotam tantas memórias
Sem rodeios
Tanto te esperam e anseiam
Na fé de tantos caminhos
Que os desígnios enumeram
Como sentença de vidas
Esta Sé que aqui se demora
E o carro eléctrico que a namora
Num circuito de tantas passagens
Entabulam suas histórias
Num compasso sorrateiro
É o guinchar de tanta descida
Ao cruzamento da Madalena
Rumo à Rua da Conceição
Nos carris desta cidade
Em plena sedução
Prazeres é o seu destino
Como o serão tantos outros
Pela Sé o seu caminho
Deste sentir silencioso
Entre Lisboa e o Tejo
António MR Martins
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