domingo, 31 de maio de 2009

Palavras vivas

Actos reflectidos
florescem sem raízes
no íntimo conflito...
Presos em sentimentos
de pura quimera...
Envolvem ficção sem razão
aparência de jovialidade.

A razão leva palavras vivas
a almas ansiosas...inquietas,
cegas de olhos abertos
surdas em ouvido salutar...

As vozes não são audiveis
passam no firmamento
como ventos desgovernados,
sem força para fazer voar
as folhas verdes da Primavera.

Ana Coelho

sábado, 30 de maio de 2009

Injúrias da Vida


Na densa névoa
Que imerge na sombria solidão da vida,
Sobressai um trecho de luz
Quando o coração já só vê uma saída.

Quando a dor é profunda,
O sentimento restringe-se á sombra que a causou,
Á luz que se apagou.

Num trecho de luz tudo pode mudar,
A existência de outro fim
Por alguém vivida.
A vida começa com a morte,
A morte acaba com a vida.
Miriam

sexta-feira, 29 de maio de 2009

LINGUAGENS...

Trespasso-me de minimal alegria...
Percorro o reflexo de teu rosto numa navalha caída...
Duas faces de nostalgia...
Dois gumes de heresia...
Dois gomos de fruta azeda, em anemia...
Toque cego de transversal fantasia...
Com ela me ceifas a lambida dor...
Me dilaceras a trôpega respiração...
Tão real... Como a mais efémere ilusão...
Desperdício de lâmina fria...
Que rasga minha pele...
Que rasga minha garganta e me cala a voz...
Que rasga a demência do meu fel...
Que arrasta meu corpo pelas areias quentes da poesia...
De minha alma ténue, vazia...
Onde a chama cinza nascia...
Onde sons mudos ecoam...
Me perseguem silêncios...
Sobre inertes tempestades sobrevoam...
Salpicos na face de fria espuma...
Salpicos de calor que na noite são bruma...
Rosa dos ventos opostos em nós...
Falas a língua da morte, desligada da voz...
Falo-te a língua enterrada de Hebreus...
Será que só em meus olhos,
lês a revolta,
a linguagem, regressiva, dum adeus...???
Darkrainbow

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Espumas

I
as tuas mãos
quando te tocas
na maciez quente
são pele na pele
para eu cantar
um verso no papel

Francisco Coimbra
*************
as minhas mãos
sentem o toque
da tua pele
e cantam na noite
versos de mel

Mª Dolores Marques
***************
II
do momento
onde te persigo
o espaço reduzido
alarga-o infinita
-mente cuidando
dar ao silêncio tudo

Francisco Coimbra
***************
quando se sentem
vazias do mundo
segregam fluídos
docemente e calma
-mente buscam-te
no fim de tudo

Mª Dolores Marques
***************
III
mudo mundo
fundo dos céus
à terra os mares
tenho assim estas
marés de Lua

Francisco Coimbra
**************
rasgam a terra
e encontram-te
nos céus alagados
encostam-se ao silêncio
dormem perpétua
-mente um sonho
Dolores Marques
**************

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O adeus que nunca ouvi


Hoje fiquei pensativa e distante
Ao relembrar o teu sorriso,

Hoje ao relembrar o teu carinho,
O teu jeito de me tocar,
A nossa troca de olhares,
Foi tão bom recordar…
Apesar da súbita despedida,
Da ausente figura,
E do silêncio constante,
Não desisti.
Todas as memórias
Do passado eterno,
De duração efémera,
Te cruzaram no meu caminho.

Hoje sentimos falta um do outro
E é tão impossível esquecer,
Tão triste relembrar
O adeus que nunca ouvi…

Hoje quero-me lembrar.
Quero poder entrar no mundo real,
E quero sofrer na despedida
Como sofro na ausência.
Quero um adeus para relembrar.

Hoje não te deixaria partir.


Miriam

Juro... Para sempre

Em todos os beijos
Que me dás…
Que te dou…
Sinto a magnitude do amor
Em suspiros encantados…
Levitando em bálsamos
Que perfumam as nossas vidas.
És a metade, da metade que eu sou
Em todos os lugares…
Sempre, todos os dias…
Num tempo feito pelos dois
Surgem desejos apertados.
Sonhamos acordados,
Erguidos em poemas completos
Escritos no calor
Que acendemos os dois.
Olhares embriagados,
Permanentes…
Fixos nos nossos corpos
Suavidade do aconchego
Desenhamos traços no céu,
Escrevemos nas estrelas
Todo o encanto que há em nós.
Palavras feitas de juras de amor
Ancoradas ao nosso coração,
Se soltam… na leveza pura
Definem as raízes do sentimento
Nas baladas da paixão.
Num abraço… agarro-me a ti,
Agarras-te a mim…
Como barcos presos ao cais,
Vencendo todas as marés
Para o resto das nossas vidas.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Verbo amar

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Vivemos o mesmo poema
sentados nas cores
do arco da aliança,
despidos de vaidade
no cume dos raios solares
nuvens de claro algodão
nosso ninho aconchegante.

Soletramos hinos
as tuas palavras
murmúrios das minhas
reais corpos feitos de quimeras,
teias que se desfiam
pouco a pouco.

Silêncio dos sorrisos
conquistam desejos
coágulos de luz
reflectem os olhares,
rasgam mil e um poemas
no verbo amar
à flor das faces iluminadas
esculpimos aromas
enraizados na pele.

Versos na memória fiel
brisas sopradas
obedecendo à natureza
voo de espíritos
na dança dos colibris
movidos no ventre da alma
a tinta e o sangue nos uniu.

Ana Coelho

domingo, 24 de maio de 2009

Amor incompreendido


O amor é algo inexplicável
Que surge quando menos esperamos,
Através de um olhar, um sorriso,
Um gesto, uma palavra…
É tão incerto e contraditório,
Como doce e sofredor…
O amor é um estranho meio de vida
A que nos entregamos sem pensar.
E se sofremos por amor,
Porque é tão importante amar?
Porque choramos e sofremos
De felicidade e de tristeza?
Porque nos encanta a firmeza
Das palavras de amor?
Tão lamechas e exageradas
Que nos perfuram o coração,
Nos fazem sorrir e chorar,
Sem sabermos por vezes,
O que de facto é amar…


Miriam

sábado, 23 de maio de 2009

ESQUECIDO...


Quanto mais pensas sentir-me...
Mais te afastas de mim...
Um buraco negro...
Um cemitério de sentimentos, sem fim...
*
Apenas sinto quem nada me disser...
Afasto-me a qualquer momento...
Afasto-me de qualquer mulher...
Seres criados para amar...
Seres amados para criar...
Seres que apenas me sentem no vento...
Seres de minha mágoa, de meu silêncio...
Seres perdidos em meu indefinido intento...
*
Abraça-te a este teu amado...
E jaz em mim, em pedra fria...
Abraça-te a este anjo...
Sem asas, queimado...
Senti demasiado calor de teu respirar...
Escolhi no entanto enterrar meu olhar...
Escolhi em ausências contraditórias vaguear...
*
Não esqueças quem nunca conheceste...
Não conheças quem nunca esqueceste...
Não abandones minhas asas...
Com elas voarás, ver-me-ás minúsculo como sou...
Uma pedra com asas que nunca voou...
Nunca leve como tu...
Por isso tas dou...
Sorrio à distância,
atrás duma sombra,
dicionário de penumbra...
Assim és contemplada...
Fonte de vida...
Assim por qualquer anjo serás amada...
*
Serei por ti esquecido...
Serei por mim perdido...
Serei feliz na minha vida sem nada...
Darkrainbow

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Eu me confesso

Coso os meus lábios,
Com fino fio de mel dos teus cabelos
Guardando assim no silêncio…
O segredo,
Do sabor dos nossos beijos.
Deixo-me levar nas pétalas da rosa,
Que deslizam na tua face
Invadindo o nosso ninho…
Onde crescem as raízes do tempo
De um amor que se sente
Forjado em alianças de ouro.
A música do teu sorriso…
É o vício, que me alimenta
Nos delírios doces que me arrepiam
Entre os suspiros da noite vivida
Acordando na alvorada do teu olhar.
Os nossos corpos ondulam…
Num pulsar escaldante,
Que acendem as estrelas do céu,
No tecto que a noite acolhe…
E me fazes acreditar
Neste amor eterno.
Amo… grito num sopro ao vento
Os meus olhos, um brilho sereno
Da felicidade plena que há em mim,
Amo... meu amor, assim saberás
O valor deste amor que por ti é cego
Na loucura do sentimento que me invade.
Flor doce que afoga a minha sede,
Sem ti, nunca existirá NADA
Por isso CANTO, DECLAMO… GRITO ao mundo
Utilizo sem fim o verbo AMAR,
Só a ti pertenço…
Assim o digo,
Assim me confesso.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A nascente dos sonhos


A nascente dos sonhos.


Lá bem no centro de ti

há uma nascente

onde bebo da água cristalina

que sacia a minha sede.

Faço correr rios de esperança

que descem as montanhas

das tuas crenças

e dos teus desejos.



Na alquimia do desejo

transformo as águas

de um rio bravo

de descidas vertiginosas

em águas serenas e estanques

onde me repouso

a sombra das árvores

que cresceram nas minhas margens.



Oiço a doce melodia

do canto dos pássaros

que alegres anunciam a primavera

as flores sorriem para mim

quando felizes se contemplam

nos espelho dos meus olhos.



Chego por fim ao mar

da tua consciência

abalo as tuas certezas

nos mares da tua existência

vivo e morro em ti.



Estou em ti e par além de ti

sou a nascente dos sonhos.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Enfrentando o caminho das verdades

Esse contínuo brilhar transparecendo felicidade
se afugenta, lentamente, no ocultar da verdade.
Quebram-se as razões do sentido, na sua saudade
e a firmeza do destino cortado à eternidade!...
Esse brilho desfalece projectando a realidade,
metamorfoseia-se teu sublime olhar,
diáspora de breves nuances de encantar,
veículo que permanece repleto de veracidade
em redondilha de profundo efeito nuclear…
sucedâneo teorema da verticalidade
num constante método nefasto de fertilizar
o chão que pisamos nesta nobre e antiga cidade
onde os traumas se confundem com o irradiar!...

António MR Martins

domingo, 17 de maio de 2009

Formas impuras, pecados capitais

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Vaidosa utopia saiu à rua
no olhar da cobiça andou a fixá-la
opalas lentes os olhos de gentes
despidos de cristal, reflexos de soberba
juízo vulgar
vista da alma perdida sem guarida
embriagada na luxúria
pecados descuidados altares de barro
vidros de repartidas cores
formas impuras de fixar o espelho
quebrado, torcido.

A preguiça balança na escura esperança
de ver crescer sem ter que se mover,
mesquinhez invejada olhares ambíguos
ao abrigo alheio,
o sentido do mundo transforma
na ira malvada desequilibrada
sem remorsos nos tortos destinos.

Gula sem abstinência
entorta o corpo em aparência
insaciável demência,
avareza em bolsos apertados
onde o tudo se torna nada
contente ilusão vazia
culto das matérias efémeras
no cerne amargo da sombra da alma
no calor que arde em enfermidade
na índole empobrecida.

Ana Coelho

Às Claras, de Caras, Manifesto

ÀS CLARAS

leio às escondidas
sem esconder
o que sinto

quanto mais
me enleio

mais me enfeitiça

Assim (F. Coimbra)

nos olhos claros da vontade
há sempre um meio
e um fim
na dura verdade

Dolores Marques

DE CARAS

são os teus olhos
a minha beleza
é maravilha

sentir o mar
ser ilha

digo-o de caras!…

Mim (F. Coimbra)

de frente para a luz
sou leveza no mar
sou ilha a naufragar

no rio do teu olhar

Dolores Marques
+

MANIFESTO

manifesto
sobre a inutilidade
de ter opiniões

«o que tem
de ser

tem muita força»!

R (F. Coimbra)

a força
é a vontade dos Deuses
e a realeza a elevar-me
nas alturas

TU CÁ, TU LÁ
"A união faz a força!"

E o Ser Eu e Tu
A diferença...

Dolores Marques

Desígnios sentidos

As vozes ecoam nas muralhas,
prematuro sentido da vida...
pelo cobertor em que agasalhas
a procura da tua guarida!...

Mulher, força do teu porvir
na contingência de mal maior;
procuras o silêncio não sentir,
numa dor que sabes de cor.

A vida nem sempre é como queres,
às vezes tem nuances inesperadas,
faças tu aquilo que fizeres...

A razão de assim permaneceres,
alheia a conflitos, sem errares...
é o sentido de te conheceres!...

António MR Martins

sábado, 16 de maio de 2009

Liberdade


LIBERDADE



Despi-me dos medos

que me aprisionavam

em laços de seda

e de carmim

iluminei minha alma

da luz que imanavas

libertei-me das amarras

de uma fraqueza inventada

nascida com o tempo

dentro de mim.




Amei-te assim

despida de vaidade

entreguei-te meu corpo

já cansado da jornada

acendi a chama

de um amor idealizado

alimentei-o do teu néctar

LIBERDADE .

Fora do contexto

Emergência mediática
não conferida de permeio;
do suborno ficou estática
inserida no seu meio.

Rescaldo pelo ultraje
de se ver bem apertado...
mascarado já não haje
para todo e qualquer lado.

Efervescência relativa
sem noção do sucedido,
fenómeno que não cultiva.

Influente já perdido.
ser chama já não cativa
e do contexto viu-se saído!...

António MR Martins

PALCO VAZIO...


Actuo em meu palco,
soalho em tábuas apodrecido...
plateia vazia se ri de meu mundo...
guião esquecido...
*
surgem gargalhadas, silhuetas, sombras,
cenas inanimadas...
alimentando vidro fosco e sujo...
correndo o pano em cores esbatidas...
escadas perversas...
Falas dispersas...
destinando penumbras...
ao longe tímidas vozes latidas...
*
recolho ao camarim...
meu espaço profundo...
serei querubim...
serei tua face...
serei arco sem fim...
Que desagua a montante...
aguardas por mim...
orando a jusante...
*
entre olhar e sentir, tímido enlace...
clivagem severa,
entre tempo parado e inglório impasse...
uma lua apagada...
uma nuvem quebrada...
escondo esta pena,
que desenhou seu trespasse...
*
envolto em frágil esfera...
quem afinal represento?
Raio de sol, primavera...
uma estrada sem nome...
um farol de trevas na escuridão...
um astro sem volume...
um nada pesado em cada mão...
Um alimento, uma fome...
uma incógnita, uma razão...
*
Enlouquece e me encontras...
Ao fundo dum túnel...
Num folha perdida...
Numa rima esquecida…
Deslizando no Outono de teu chão...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Decisões negativas

Trocam-me o passo,
a compasso,
neste correr que trespasso!...

Sem rigor me ultrapasso,
deixando teu regaço
e este esquecido espaço!...

Deixo deste lugar o terraço,
apelando a nervos de aço...
pela saudade estou melaço!...

Atitude de um vivaço,
que não sou e me desgraço...
por fim, me despedaço!...


António MR Martins

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A saudade esvai-se


Procuro na imensidão curta do tempo
A razão de permanecer…
Transporto-me para o passado
Ergo-me das areias do que fui
Vazada pela brisa fervorosa de ti
Desloco-me em amência de mim
Parto, chegando ao entroncamento de nós
Vacilo…por onde vou…
Meu olhar distancia-se no horizonte azul
Contemplo a viçosa planície
Povoada de bálsamos aprazíveis
De ser simplesmente aquilo que sou
Salto o imaginário imaginado
Dos labirínticos caminhos do sentir
Envolvo-me em carícias folhosas
Que desabrocha em frutos suculentos
Reprimidos de amadurecer

A saudade esvai-se
Como um rio que corre
No trilho de um novo sentir

Respiro o ar que me agita
Incendiando este fogo de te ter
Numa continuidade da paz descoberta
Nesta vida sedenta de viver

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Insonia da lua

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Desfolhadas nas mãos
sombras em chamas adormecidas
espelhos que o sol não deixa acultar,
num campo de puro linho
os pés abraçam a terra
a olhar o chão em flor,
o ar sustem o vento
num caminho marcado nas estrelas.

As pedras com asas
sussurram dialectos aos corvos
murmúrios perto do ouvido
no vale anoitecido
na insónia da lua,
madrigais a cantar raízes antigas
na saliva quente, desperta os rios
correm sem pressa
nas cascatas em abismo solto
na transparência cristalina da água
sacia a sede de infinito
no coração sedento do paraiso.

Ana Coelho

Parabéns Beijinho Azul

Parabéns minha querida amiga,
que este teu dia seja repleto de muita ternura,
amigos e bués de poesia.
Que a vida te dê aquilo que mais desejares,
beijinho azul.
Chegaste à Lusos em Setembro
Trazias ainda o aroma da primavera
Nas palavras a maresia do mar
Nesse teu jeito único de amar
Cativaste, poetas e poetisas
Deste imenso mar literário
Deste-nos algo único o teu beijo azul
E a tua alma, embebido na ternura dos teus versos
Permaneceste apesar dos temporais
Das nuvens pardacentas carentes de sol
Qual valente guerreiro de espada em punho
Bradaste à vida, como um tango
E venceste a guerra da sobrevivência
Com orgulho e humildade
Permaneces neste mar revolto
Envolta no respeito e na ternura de nós por ti
Beijinho azul sempre

Tudo de bom para ti amiga…sempre
Obrigado por permaneceres

Poema escrito por Liliana Maciel
http://www.luso-poemas.net/modules/newbb/viewtopic.php?topic_id=1762&post_id=8746#forumpost8746
Um beijo meu e que tenhas um dia muito feliz

sábado, 9 de maio de 2009

SINAL DE TI...


Alma livre e solta...
Nada a prende...
mas nosso espírito e corpo integra...
Concede-nos momentos,
em que o soturno se alegra...
Chora por dentro em si própria...
Seu teorema vital...
Longe de si... Aguardo sua volta...
Sente um amor virtual...
Como o sol no seu explendor...
À distância belo... Nos afaga......
Próximo nos aniquila,
com seu eterno calor...
No meu íntimo sinto minha vida...
Minha praga...
Um destino melancólico...
que supero com minha cor...
Nada espero de ti...
Nada espero de mim...
Tu aí... Eu aqui...
Nós, dispersos...
Numa procura sem fim...
De um lugar onde já existi...
Se precisar fugir de ti...
Para te encontrar...
Enfrentar-me, a mim...
Para te compreender...
Enfrentar teu medo...
Por alguém que já esqueci...
Por outrém que sabes, e nunca conheci...
Enfrentar meu sonho...
Por alguém que existe em teu viver...
Acordarei cedo...
Antes que o sol espreguice seus raios,
e se proponha me encandear...
Com sentimentos controversos...
Que fazem meu inconclusivo sossego alarmar...
Te acordarei com meu toque...
Te embalarei com meu sopro...
Sentes um refúgio em meu distinto beijo...
O qual procurarás com teu quente e sublime corpo...
Será a proximidade desse sol...
Em que te sentes a acordar da realidade...
Abre os olhos e vê teu sonho...
Abre os braços, e prende a minha liberdade...
Abre a alma, onde me escondo...
Faz de mim criança... Quiçá sem idade...
Faz de ti um ser mais adulto...
Castiga-me com teu sorriso...
Meu coração cego, mesmo sem pensar,
te concederá o desejado indulto...
Sente que o amor é um velho sábio...
Que tudo sabe, mas não se lembra...
Precisa ainda viver para recordar...
Precisa soltar o sentir, para ensinar o que é amar...
Entre a luz do dia e o negro da noite...
À luz da lua e seu prateado açoite...
Entre o sol e a chuva,
um arco-íris com todas as cores em franja...
É um simples tom laranja...
Que me faz sentir... assim...
Quando alguém quiser saber de mim...
Leia um livro que mentalmente escrevi...
Ou, apenas lhe resta aguardar...
Por um singelo sinal de ti...
Darkrainbow

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Flores de amor



Trás hoje
as flores que dão vida
ao meu coração,
lírios brancos...orquídeas amarelas
...rosas vermelhas...

Trás agora
estou aqui
sinto o seu aroma
contemplo a sua beleza
se destaca o teu sorriso,
que me dá amor e paz...

Trás agora...
hoje, estou aqui...
Amanhã não mais quero flores.

Quero sorrisos
sem flores...

No coração
estará aragem de Outono
adejar ventanias,
nuvens sem lágrimas a voar
ao encontro da eternidade.

Nesse Outono
as flores estarão no jardim
as abelhas
saboreiam seu néctar...
Ai está o meu sorriso
até que possa de novo
encontrar o teu...
Com ele flores de amor.

Nesse dia
sorri para mim
sem flores
nem lágrimas...

Só um olhar de amor
a saudade levarei comigo
para que a não possas sentir,
e vivas feliz,
até à eternidade.

Escrito por:
Ana Coelho

Parabéns Luis F.

Hoje é o dia de aniversário de Luís F.
Para ele vão os votos de que este dia seja cheio de surpresas e nelas esteja mais e mais poesia...


(A todos os aniversários que já passaram, eu peço desde já as minhas desculpas. Tentar saber a data do Vosso aniversário é o primeiro passo, Bjs a todos)

"Linhas Incertas" O Próximo Livro de Conceição Bernardino


A autora Conceição Bernardino e a Editora Mosaico de Palavras, têm a honra de convidar V.Exas. a estar presente na sessão de lançamento do livro “Linhas Incertas”, que terá lugar no próximo dia 30 de Maio, pelas 15.00 horas, na Casa Museu Teixeira Lopes, na Rua Teixeira Lopes, 32 – V.N.G (perto da Câmara de Gaia).
Prefaciado pela Doutora Goreti Dias
A apresentação da obra será feita pela escritora Rosa Maria Anselmo

quinta-feira, 7 de maio de 2009

ISSO…

Onde chego não tenho de ser diferente, mas tenho de fazer diferente. Herdei isto dos meus pais que morreram num acidente de viação, tendo sobrado eu para contar que não me lembro deles. São deuses, da sua herança genética explico o mundo, a natureza da Natureza, cada coisa e coisa nenhuma.
Digo e percebo pedir demasiado aos deuses, a quem já nem rezo adeuses. A não ser quando, como agora, escrevo e penso que o que explica as palavras é escrevê-las, concluindo: isso… não explica tudo. Até porque não sou muda, apenas me recuso a falar. Maneira que arranjei ao ser anónima, sou só apenas palavras escritas.
É certo, arranjei um nome desconhecido do público. Deste modo, o público é anónimo? Situação a alterar, procuro, vou procurar um público com nomes. Deixarei as minhas histórias dentro das páginas amarelas das Páginas Amarelas, como se fossem um ovo pronto a ser chocado. Espero ninguém fique chocado, assim nascerá o O absoluto, o grande ovo: início e fim da sua casca!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Qual é a razão?


Julgava que eras tu a outra parte de mim
Acreditei apenas no que queria ver
Sentia-te perto mesmo estando longe
No fundo só queria o meu lugar em ti

Os momentos mais felizes do dia agora são
Aqueles que ferem o meu coração
E sofro em silêncio, não há mais razão
Para lutar sozinha outra vez…

Não dá p’ra esquecer
Se o teu sorriso volta a acontecer
Não dá p’ra negar
Que é contigo que eu quero estar
Então volta no silêncio desta dor
Aconchega o meu peito com o teu amor

Se a desilusão for a razão
O teu amor prevalecerá
Mas se for o medo que te consome
Não é razão…
Porque tenho mais medo de te perder sem tentar
Sem saber se poderia resultar…
Miriam Costa

terça-feira, 5 de maio de 2009

As nuvens choram

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Perguntei ao céu
porque choram as nuvens...
Ausências da primavera
no verão que se despediu,
tecem madrigais impossíveis
imagens fáceis e ingénuas
no olhar de uma criança.

Atravessam o céu efémero
em visões da lua
no fulgurar das estrelas.

Visão poética...talvez

Ao ler esses desenhos agora
sentimo-nos adultos sem sonhos
na utopia de ver o branco do céu
sem lágrimas
que teimam escorrer na seiva da terra.

As nuvens choram
derramam emoções em libertação
a ver crescer as estações.

Devagar
vão-se embora encostadas ao vento
...até que de novo o sol resplandeça
na aurora amanhecida.

Ana Coelho

Desejo

Algo me afogueou o corpo
Me despertou para o desejo da alma
Que te quer degustar
O sabor frutuoso
Esse licor doce
Que s' entorna nos meus lábios

O desejo de estar...
Fez-me estranhar a ausência
Adormeci num sono breve
Despertei na nudez d' um instante
Em que decidi
Saciar esta sede
No momento
Em que beberemos de nós

Sentir o tempo parar
E absorver dele a magia
Que me cobre o corpo
É alongar-me e ser duas:
Uma na terra
E outra no mar

(Rimar sem pensar
até o meu corpo se embrenhar
em fluidos doces
daqueles que emergem das funduras
e me mostram novos mundos
a desbravar)


Dueto: Dolores Marques e Octávio da Cunha

HERESIA DE MIM...


Surjo a qu(A)lquer momento...
Pondo em causa o se(R) de mim próprio...
Neste mundo fe(C)hado, só eu...
Isolad(O) martírio...

Sou m(I)nha terra natal...
Sou amor... Pe(R)petuado em desconhecido mural...
Sou ser emp(I)rico...
Sou meu mai(S) acérrimo crítico...
Sofro por ni(N)guém, minha dor...
Sou limite d(E) meu céu...
Sou meu ne(G)ro Deus...
Sou he(R)ege de mim...
Sou imperad(O)r de ateus...


Assassino dum sonho meu...
Se me suicido,
para me libertar de ser réu...
É nobre deicídio...
Mas quem sobrevive...
Sou eu...
Darkrainbow

segunda-feira, 4 de maio de 2009

SEI MUITO BEM...


Eu sei muito bem,
o que fazes aqui..
Só não sei quem sou ou o porquê do que senti...
Eu sei muito bem o que fazes aí...
Fazes o que aqui não faço,
porque é impossível sem ti...
Eu sei muito bem...
Quando voas acima do meu céu...
Mesmo hibernando no fundo deste oceano...
Mesmo sabendo que nada do que sentes é meu...
Eu sei muito bem..
Deste nobre sentimento já sou ilustre decano...
Que sabes tu acerca da desilusão...???
Que sabes tu o que trago agora na mão...???
Que sei eu acerca do segredo que te esmaga o coração...???
Que sei eu acerca de teu cheiro...???
Que sei eu..
onde te refugias e ausentas num simples passeio...???
Que sabes tu acerca do meu olhar...???
É sisudo ou inocente,
ou prende qualquer transeunte que pára ao passar...???
Esbarro na pedra, ou fito horizontes...???
Tranco o olhar, onde te vejo alegre...
Corres em verdejantes montes...
Eu sei muito bem...
As saudades de ti...
Sem nunca te alcançar...
Seguro nos pulsos os ponteiros do tempo...
Mesmo sem mar revolto...
Enjoo em lamento...
Tu sabes tão bem o que sentes por mim...
Me inventas em sombras que vislumbras em horas tardias...
Me consomes em alimento para tua alma...
Sabes tão bem...
O que sonharias...
se comigo passasses teus dias...
Mas entre nós há um iman convexo e invertido...
Um abraço de distâncias...
Um adeus sonhador, antes de ter existido...
Uma fome de palavras, que liberta tuas ânsias...
Mas... Sabes lá tu...
Se sou mesmo eu que estou aqui...
Sabes lá tu porque solto estas palavras...
Será desde hoje, ontem, ou já narro velhas infâncias...
Sabes lá tu, se as sorveste, como mereci...
Sabes lá tu o que confidenciei e já esqueci...
Sabes lá tu se com teu cantar estremeci...
Eu sei muito bem...
O que sinto por ti..
Só não sei quem és...
Nem porque nunca te vi...


Darkrainbow

sábado, 2 de maio de 2009

A TUA MÃO...


Sozinho na praia, brisa da adversidade...
Sou real no teu mundo,
mesmo quando tudo se desmorona e cai...
Afastas-te de mim, como naúfrago da âncora...
Mas sou tua bóia, à deriva,
até onde a corrente se esvai...
Páras e fitas-me,
engelhado pela ondulação entre mim e ti, paralela...
Ternura distante, mas nunca existirá tão bela...
Não sofro nem me afogo na mágoa desta tempestade...
Saber que existe tal alma me ensina a nadar...
Saber que existe tal olhar que sonha com o meu,
me ensina a ver...
Saber que existe teu escutar,
me ensina minha voz não conter...
Saber que existem,
mesmo fugazes mas verdadeiras, tuas cores...
Me ensinam a sorrir através da escuridão...
Me ensinam a gracejar com lápides e dores...
Me ensinam que pode ser real qualquer ilusão...
Que um dia posso acordar, com a leveza da tua mão...
Que um dia posso dormir na frescura do ritmo do teu coração...
Que uma noite posso acordar na ânsia lasciva da tua respiração...
Volto a olhar para o nosso mar...
Que em cada manhã me devolve teu mundo de cor...
Que um dia afirmou reflectir o teu puro amar...
Torrentes de água salgada como teus virtuais beijos...
Torrentes de cumplicidade que não se perde apenas numa paixão de anseios...
Acordo desta vez numa planície de areia alaranjada...
Não há verde da relva mas sempre de esperança impregnada...
Estou acompanhado duma bela princesa, que me afaga...
Um sol radioso, uma escaldante sensação...
Mas trocaria tudo isso, por uma hora contigo,
um minuto comigo...
Um simples toque da tua mão...
Darkrainbow