quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Nas falésias insólitas



Quando os olhos ardem nas labaredas do desejo
deslizam grãos de areia no areal da cor do mar
Quando as mãos ensopam-se de tesouros escondidos
nas falésias insólitas do pretérito tempo esquivo
despontam asas húmidas, de uma lágrima furtiva
Quando os braços abraçam as carícias ciliciais
os lábios secam-se na porta entreaberta da vida
imóveis demoram-se no silencio carente de iguais


E quando o dia amanhece as nuvens alongam-se
nas folhagens secas da árvore sem flor, orvalhada
e os passos invisíveis deambulam-se até ao mar
cegos…. adormecem no vácuo escondidos de si

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