quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Nas Entrelinhas dos Dias


Desdobro os meus olhares
sem urgência
os gestos são tardios
talvez equivocados
flutuam numa rede
que balança
de uma tela de sentidos
atracados num cais de reticências

limpo o rio e o frio rasgados pelo vento
mordo o tempo fugidio
escrevo em páginas brancas
que suspendem na memória calendários consumados
nas entrelinhas dos dias

e em frente à nudez do verso
dói-me a mudez do espelho
tatuado em brumas visionárias
entrelaçadas em sombras
vestidas de pássaros e de silêncios.



Marialuz

2 comentários:

Anónimo disse...

Ler-te é esquecer o que se passa à nossa volta, esquece-se até o desencanto, deixamo-nos sonhar.

Lindo este teu poema.

Para ti um Ano Novo, com tudo o que desejas, e boa inspiração,que continues a mimar-nos compoesia excelente.

beijinho
natalia nuno

Anónimo disse...

Que maravilha, tanto talento e arte, é um prazer ler-te.

Marialuz, BOM ANO para ti.
Beijinho amiga
da
natalia nuno