quarta-feira, 17 de novembro de 2010

No Lado De Lá Da Chuva


Se ao menos eu pudesse
cerrar a ventania das manhãs
fragmentar as janelas de baças trajectórias
gementes
desnudas
no lado de lá da chuva

sentar-me ao lado das memórias
durante as areias da maré baixa
e espelhar a eternidade no teu olhar

aquecer as tuas mãos
no encantamento da pedra
tão macia
tão eterna
tão acolhedora dos sentidos das palavras

se ao menos eu soubesse
saltar de dentro do tempo
saber-me
em uníssono
a tempo inteiro
aqui

onde pertenço
no lado de cá da chuva.

Marialuz

2 comentários:

Mª Dolores Marques disse...

Gosto muito da tua escrita´. Masi um belo poema

Anónimo disse...

Haeremai,
É lindo o que escreves, tem a intensidade do amor e ao mesmo tempo a leveza do deslumbramento.
Beijinhos
Nanda