domingo, 7 de novembro de 2010

Perdido o meu corpo
















Perdido no perfume estonteante,
meu corpo flutua no lúbrico verbo,
do irracional desejo em fulgor
diluem-se os sentires extrínsecos
nos intrínsecos vertiginosos do amor

O gemido silencioso torna-se diamante
no prazer suspirante da doida luxúria
danças exóticas sucedem-se em vértice
no crepúsculo espasmódico da incúria

O olhar perde-se na brandura longínqua
goteja os meus olhos de prazer roubado
torna-se premente a sublime presença
do corpo distante num tempo parado

Meu corpo relaxa trajado de doce paz
no murmúrio sussurrante do ser amado
adormeço nos braços cálidos da quimera
tal pássaro deslizando num sonho alado

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