sexta-feira, 26 de novembro de 2010

NO PALCO


Não vou embalar ímpetos de desdém
De pingos de gelo a desabar no peito
Como agulhas finas de atroz suplício
Não, não pode ser, não tem jeito!
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Adeus, adeus eu vou embora, vou sair!
Abandono a cena, esta não é a minha peça
Sinto-me para a tragicomédia a resvalar
Estou cansada e sem enredo que me impeça!
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Sem réplica, como hei-de representar?
Espero, espero e, só encontro o silêncio
Estou farta de no palco a sós monologar!
.
Esta peça tem pouco de real, fracassou!
O «blackout» é absolutamente natural
O espectáculo da quimera terminou!
18.11.2010
Marisa Soveral

2 comentários:

Bi eL disse...

Olá, Poeta

com monólogo ou com diálogo, a actriz principal não se pode retirar de cena. O "enredo" tem de continuar.
Belíssimo poema. Parabéns

Marialuz

Princesa115 disse...

Precioso poema, lindas palabras.
Felicidades

Gracias por seguirme, yo estoy aquí y me encanta tu blog.

Besos