domingo, 28 de novembro de 2010
Insónia profana
No silêncio das noites de insónia
vultos febris rondam
as areias remotas dos desertos
soterrados dentro de mim.
Salteadores sem rosto nem identidade
envoltos em turbantes de poeira
vêm, à luz de velhas tochas,
pilhar os túmulos arrefecidos da memória.
Acampam em tendas de ventania
nos vales extintos do passado;
batem com as picaretas no solo,
enfiam as pás nas fendas esconsas
e escavam, revolvem, profanam
as riquezas e misérias deste templo,
trazendo à luz anónima do luar
aquilo que estava destinado à escuridão
e às sepulturas eternas do esquecimento.
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2 comentários:
Muito bom o teu poema, gostei da tua insónia profana!
Bj,
Marisa
Sempre um prazer Runa, é um previlégio ler tua poesia.
E que bom é estar aqui contigo.
beijo
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