terça-feira, 12 de outubro de 2010

No pairar no delírio das estrelas - Dedicado a Dolores Marques




Há uma compreensão avançada
A léguas deste tempo.

Há um desmistificar num novo olhar
Da existência antes de cá chegar.

Há na leveza da Luz,
A melancolia de aqui se encontrar
Com a certeza de presenciar,
Ao esgotamento dos recursos
Ao reorientar do pensamento
E a chegada de um novo estado.

Há uma Luz intensa a cintilar
Uma viagem garantida ao apreciar
O sentido da vida e do universo
Tomam a forma de um verso!

No pairar no delírio das estrelas
O deslumbramento redescoberto.

Amálgama de emoções,
Ponto de partida da vida
Ponto na viragem nascida
Do princípio do fim.

O verso,
É beijo no centro energético
No sexto sentido,
Em sentido do universo.

O verso,
É o despertar para o além
Na força a brotar
E na queda no cansaço.

Há, para além de tudo
O tudo que é o além
Da existência…
Os versos que nos beijam
E que tentam despertar,
A realidade oculta.

Há constelações,
Há emoções!
Há a força das marés
Na esperança que nos conduz
E nos bombeia de Luz!

Clarisse Silva


2 comentários:

Mª Dolores Marques disse...

Ônix- Se eu pudesse dizer-te de mim num tempo em que era mil e mais mil, e mais mil estrelas a baixar a luz, a reluzir por dentro e por fora de mim, trazia-te todo o meu universo estrelar. Mas linda Clarisse - estrela cadente no meu olhar, só posso dizer-te de uma força a tentar alcançar metas, metas inatingíveis aqui, mas que estão lá bem dentro desse novo olhar de que falas, quase, quase a atingir a grande e agitada nova era.

Dakini – Seria só preciso um momento nosso, para que as duas pudéssemos atingir as novas fases de uma lua em estado crescente, e na noite seríamos mais do que um movimento estrelar. Seríamos o todo, a tentar atingir o horizonte dos teus olhos.

Epifania – Há olhares assim que de tanto esmiuçaram o ar ficam cegos. Se a Ônix quiser empresto-lhe um dos meus olhos que estão ainda em fase de rescaldo. Será um momento daqueles, quando se virar ao contrário e conseguir atingir metas mais de acordo com o seu rastejar. O que vale é que ela coloca-se breve, muito breve, na posição horizontal.

Ainafipe – Tens razão, empresta-lhe um dos teus, que eu empresto-lhe um dos meus. Quanto a ser um movimento, só se ela conseguir circundar todos os movimentos que a tentam destabilizar. A orientação para cima é um acto de boa vontade e de olhar em frente. Será que esse olhar atinge todos as metas inatingíveis num abrir e fechar de olhos? Duvido. Há muitas poeiras a formar nuvens na atmosfera. Precisamos dizer-lhe que se acomode nos nossos olhos.

PS: Clarisse, um momento inesperado, é muitas vezes, aquele que traz dentro, um monte de surpresas boas, que nos dizem que há pessoas assim, que em qualquer canto do mundo pensam em nós. E o pensamento atinge um novo movimento que a dois, se multiplica ao dizer-se e fazer-se ouvir…

Obrigada em meu nome e de outros três…4?

Ônix/Dakini/Epifania &Ainafipe


Muito, muito obrigada, linda Clarisse

Dolores Marques

Clarisse Silva disse...

Dolores:
O universo estrelar das unhas que se roeram, das noites que se passaram sem sono, no sonho para além dos limites no novo rumo, uma inatingível constelação abrange a nossa pequenez, aqui. Ao contrário do que se poderia supor à primeira reflexão, a opressão não acontece, antes uma epifania da nova era, pela qual as nossas entranhas se rasgam nos suplícios do peso material que se suporta. O conhecimento do desconhecimento faz sede, fome, rodopios em movimentos ziguezagueantes ao sabor de sons sem formas ou normas. O estado original é mesmo ali, no infinito que mora aqui. A simplicidade do Ser poderia ser o caminho triunfante, mas as nuvens e poeiras poluem os nossos olhos físicos, e não sabemos dos outros… Outros caminhos surgem, paralelos, mais longos, outros sem saída.

Querida poeta, é apenas um pouco do mundo que sinto quando a leio…

Ônix/Dakini/Epifania&Ainafipe, beijos e abraços!
Clarisse Silva