quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A Mudez dos Pássaros

O silêncio escorre pelos sulcos do tempo
rompe os ruídos da noite.
Encaro os espelhos resignados
e arrumo os meus sonhos
de tranças desfeitas e olhares demorados.

Sinto as pálpebras vergadas
às paredes indecifráveis da memória
sílabas confusas estilhaçam
o centro da palavra.

Recorto vultos em páginas
opacas
em busca de caminhos à solta
e raízes ao vento
sementes do pensamento.

Em vão fujo de mim
sem rumo na linha do horizonte
nem céu que sobrevoe a mudez dos pássaros.

Marialuz

2 comentários:

alma disse...

Marialuz,

soberbo este silèncio, esta mudez onde nos perdemos.

bj

Anónimo disse...

Maria,
A luz do teu nome encontra-se bem visível na beleza intemporal da tua poesia.
Beijinhos
Nanda