E se minha alma ao compasso da carne ferve
Mordo a língua em cegas tiras de inquietação
Doença triste que o deserto sombrio me serve
Só um corpo amorfo me cabe na palma da mão
Sou renda desafinada tentando arranhar sedas
Ferida incurável em pele do(rm)ente
Aos olhos em cinzas ardendo entre labaredas
Quisera eu um dia neste mundo ser gente
Oh quimera ingénua, pureza de criança
Entre montes e vales havia um olhar risonho
Soltava-se a voz em timbre de esperança
Porque é que acordei daquele belo sonho?!
Arrepia-se a garganta, tenho foles nos dedos
Vendaram-me os olhos, tropeço nos meus medos.
20.02.2012
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