(foto: Clarisse - Porto)
Sou uma réstia de mim
Perante aquilo que sou
Sobras, inicio de coisa alguma
Sou, (não) sendo,
O que serei alguma vez
É a certeza de um talvez.
Sou uma gota no oceano
Acorda de vez em quando
Na penumbra reflectida
Espelho irrealista
Sombra da imagem
Auto-blindagem.
Sou um grão de areia no deserto
Sou aquilo que nunca fui
Sou aragem que flui
Paragem no tempo escondido
Cronómetro avariado
No espaço perdido
Passado é aprendizado!
Mas quero Ser
Bailarina que em cima
De certezas navega.
Calçada na determinação
De ouvir o coração.
Mas quero Ser
Como folha ao sabor do vento
Como gotícula do imenso mar
Na plenitude do sentimento
Conjugando o verbo Amar!
Constantemente,
Para sempre.
Clarisse Silva
4 de Março de 2010
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