sábado, 4 de setembro de 2010
Duas Consoantes E Duas Vogais
Será que terei
de gritar
o teu nome?
pegar numa estrela
e com ela escrever
uma estrada infinita
de luz ?
Será Deus
que terei
que abraçar o teu corpo
idolatrado
esse teu corpo
que nenhum deus viu
esse teu corpo
pregado na cruz
sangrando
e morrer nos teus braços
com o nome adorado
escorrendo-me como um rio
flagelado?...
Então , hipócritas das letras
que determinais as leis
escrevei com pregos
o nome
que eu grito
em completa loucura
e que é a minha salvação
pura !
Podeis levar-me,
agora !
sobre as gargalhadas
e as pedradas
de todos
os que em mim não são
porque
é mais fácil
secarem os mares
do que amordaçar
o vento que me espalha
por cima de todo o tempo!
e, eu, apenas
quero soletrar
com a mais sagrada ternura
as quatro letras divinas
do infinito!
Dizer-vos,
amo-a!
e que direito tereis
de profanar
de castigar
seu templo imaculado
com vossos amuletos
de crime legalizado?
Pois bem,
vejam-me morrer
estendido
sobre um céu de madeira
coberto com o manto
do beijo
que conforta
as chagas do meu corpo
e constatai
como as feridas cicatrizaram
e agora que me levais
como um cortejo de sanguinários
por acaso observais
que em cada ferimento
que em mim cravais
nasce uma flor ?
e que esse jardim
que em mim irrompeu
foi ela que o escreveu
quando encostou os seus lábios
e me beijou na sutura
em que o amor nasceu?...
Sim , podeis levar-me ...
LSJ,3108201008:11
(...)"que serei eu se não uma pecadora agarrada às lágrimas de quem já apedrejou a mesma cruz onde me pregaram."(...)
(ConceiçãoB)
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