sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A MODERNIDADE É UMA SECA

A modernidade é uma seca
Abriu a caça aos ecléres
E às bolas de berlim obesas
E sentes que a boca continua
O saber ao frémito da dor
Eu vi quando partiste sentada
Para a manifestação do contra
E sei que compraste o sofá
Para não te cansares
Por causa dos implantes
Eu sei que ainda te lembras
Quantas foram exactamente as peças
Que sobraram quando montei
A bicicleta que havia desmontado
O que vai na tua boca a cadeado!
Quando os olhos atracam no cais
Escolhas a mais
Como andas magra
Palidamente magra
Dizem as más-línguas
Que a vida que tinhas deste-a
Entregaste-a à morte
Que ainda cá não veio lavar-te os olhos
Já te disse como és bela
Que o meu canto é anseio
E o nosso coração a porta
Para demissão dos cães
E do implante
Eu sei
O hino ás maquinas
O riso dos miseráveis
O mito da chicotada
A tua mão poderá achar a minha
A esperança amadurece depois do grito
No regresso o corpo ferido há-de luxo
Agora nem sei se devia dizer-te
Nem sei se é correcto
Mas as tuas mamas
Tinham afinal o tamanho certo

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