sábado, 5 de fevereiro de 2011

Desde Quando

Venho de muito longe
Dos confins do tempo
Venho das eternas madrugadas
Dos dias que o não eram ainda.
Porque ignoto o sol
Que do calor no seu ventre
Não se dera ainda conta.
Rios de gelo cobriam o Nada
Feito gélido mundo.
Todo um mar de água
Era então mãe de todos os seres
Cuja vida acenavam à distância
Em inocentes gotículas
Que prenunciavam já vital amanhã.
É daí que eu venho
Porventura daí que eu venha
Desse ontem de há muito
Metamorfose sem fim
Cruzaram o meu caminhar
Até que, num repente
Milagre que me ultrapassa
Sou aquele que sou
Mas sempre e sempre
Incapaz de ir ao meu principio.

Antonius

1 comentário:

Mª Dolores Marques disse...

"Desse ontem de há muito", de onde vem e sempre com novas mensagens, para que no fim se encontrem de mãos dadas, no seu princípio

Abraço