Trouxe-me um tempo que tinha
de renda um campo de lírios.
Deitei-me à sombra do vento,
à deriva da brancura
que a chuva chorou de terra
e enterrou em semente
comigo, num outro tempo.
Fiquei num tempo pisado
pela ceifa da colheita
e o ânimo que me ensaia
ergue-me à proa da fuga,
agarro-me ao vento e cravo
as esporas da contramão
que sigo com o meu fado.
Subo a eito, ascendo a prumo,
encho o peito e me consumo
na atmosfera viciosa
onde pelejo torturas
que me assombram o regresso
ao campo outrora vingado
de colheitas proveitosas...
Não sou desse tempo agora.
Trouxe-me um tempo que chora
sobre lírios não plantados...
4 comentários:
Ola Teresa
Sê muito bem-vinda a este espaço onde te aguardava com alguma ansiedade.
Fiquei muito feliz com a escolha do texto, sendo a escolha difícil no meio da tua vasta obra de belíssima poesia!
Obrigada amiga.
Beijo azul
Um grande prazer, poder ver-te neste espaço
Beijo
Plantem-se os lírios sobre sorrisos intemporais !
Belíssimo
Luiz
Mommy Dear!
Bom ter-te cá!(A beijoca Azul, aliciou-me com a tua presença rss)
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