Esculpi na pedra o meu perfil,
Sou raiz do nada,
Vácuo sem saída,
Vago rodopio no suor frio da madrugada.
A vida sobe as escadas do meu ser,
Perguntando em cada piso…
Estás bem meu bom amigo?
Respondo no imediato - A envelhecer…
Enruga o meu rosto,
Negando-se ao infinito,
Despindo a minha mortalha,
Aos meus olhos…
Já não sou menino.
Tempestades de tormento inútil,
Nas horas cansadas, lentas em silêncio…
Que passam por mim,
Passam, passam… Sem as poder agarrar,
Hão-de perder-se num voo sem asas,
Desfolhando as estrelas à noitinha.
Nos bocejos do drama que acendo,
Vibram luzes dispersas em meus versos,
Iluminando o mordaz recanto onde me deito,
Não há vertigens nesta viagem,
Nem barcos ao largo do cais.
Fui ritmo, fui riso…
Fui lágrimas,
Fui história escrita sem palavras,
Fui fé em mortal pecado,
Fui o que afinal ainda sou…
Mas quem sou eu afinal?
Eu só Eu e nada mais.
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