Esculpi em mim
numa só camada de dor,
a lágrima que sonhei ser,
na terra fértil,
dum só rio único
descendo na intimidade
da raiz que cresce.
Improvisei os contornos
com traços de cimento,
à distância dum tempo
concedo a existência
ao inconcreto real
daquilo que sou!
…e todo o corpo liquido
são ossos da língua
que o sonho sustenta
em ruínas de asfalto
…onde o sangue chora
submerso no vazio diário!...
E sou fragor de mim
nas horas que se perdem,
em rios de Outono
como murmúrios amargos
na ausência da razão…
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