quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Não vendo a poesia

Não vendo poesia…
Palavras… versos…
Mesmo que morra na miséria
Num corpo em farrapos
Sagrando do meu ser.
Não sou como os outros…
Que vendem o sentimento
O corpo,
Escravos, deambulando nas esquinas sujas…
Prostitutos da alma,
Quando declamam a toda a gente
Que a poesia é barata.
Escrevo porque sou escravo dos poemas
Erguendo versos com os rabiscos
Falando de sentimentos
Olho para as letras… ali reunidas em silêncio
Namorando no espaço do livro
Que se soltam nas asas da semente.
Desfolho as folhas soltas,
Solto a gargalhada,
Outras vezes a lágrima
Perdendo o olhar na linha que me chama,
Enquanto a noite me segreda.
Louco, … sou!!!
Liberto o que sinto
Deslizando a caneta no papel
E assim me visto…
Porque o poeta não tem de andar nu.
Tremem-me as mãos…
Liberto frases num branco vazio
Solto as palavras como as cores das borboletas
Esculpindo na pedra os poemas
Para não se perderem no tempo
Mas não me vendo para ser compreendido.
Embriago-me no que escrevo…
Não me curo… não quero!!!
O meu corpo assim respira…
Alimentando a minha sede no verso
A folha gulosa que me absorve
Aqui fico
Em silêncio…
Apenas e só apenas escrevendo.

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