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domingo, 6 de fevereiro de 2011

…nunca digas adeus

Todas as estações do escarpado calvário
ajoelham-se à minha porta.
Fecho as cortinas dos meus olhos,
saboreio o graal da Primavera amortecida
pelas chuvas que ainda gaguejam
ruídos sonantes,
num malmequer envergonhado.

Os sinos já não acordam de manhã
nem as papoilas se despem de ópio,
retiraram-lhes os cabelos grisalhos das andorinhas
e os braços longínquos do sol.
Se ao menos eu pudesse
devolver-lhes as ladeiras da minha vida,
talvez eles voltassem…
…voltassem, anunciar
como dói o verde cerrado da despedida.

Conceição Bernardino

Publicada por Conceição

domingo, 30 de janeiro de 2011

A CIDADE

A minha verdade hoje é outra
Porque é hoje outro o meu canto
Do trovador medievo e inspirado
Eu visto hoje garboso manto.
Envolto assim em sobriedade
Acordo para um mundo que me acorrenta
À saciedade gritando
O que de humana é a grande Cidade

A natureza já eu cantei
Do firmamento as estrelas exaltei
O amor, o ar que cuido de respirar.
Mas não é para mim ganho
Cruzar com quem me é estranho
E instalado no meu eu, displicente
Apressado e indiferente
Tempo não ter para lhe dar

Antonius