Espectro da morte
sintam como é lânguido o espectro da morte em redor do lume
que sem o supor, a pariu
e a desferiu
rosácea pelas paredes nuas
os escribas atentavam contra as metáforas ali inscritas
o passado curvou-se a esse gingar do ventre
o presente pende ainda de um lado para o outro,
num jogo de cintura fina,
tão fina quanto a voz que o criou
e depois o abandonou
o futuro vingou-se ao escorrer-se pelas pernas
um tremor diferente do habitual:
- eram rimas incertas as palavras que ficaram por proferir
- eram maldizentes os lábios a beijarem as sombras todas do tempo
- eram sonâmbulos os corpos estranhos, inspirados pelo fogo
crispado dos olhos
sintam agora como se afirma a fantástica alegoria às sombras
quando esventradas pelo vento
e depois.....saibam como se processam, lançadas aos
quatro ventos,
- nem sempre se igualam aos guardiões do tempo
- nem sempre têm a periodicidade das estações
mas sintam e pressintam como é fanática a sombra
ao redor de vós...
Dakini(DM)
Sem comentários:
Enviar um comentário