quinta-feira, 7 de julho de 2011

Quem...

quem me rasgou a manhã,
com adagas de frio,
me golpeou o ar
e  me apagou os traços em fios...

quem entre aspas,
me devorou o silêncio,
como pássaro cruel,
calcando-me os passos de lume,
dobrando-me a boca
com punhos em redor...

quem me espadejou os pés,
enterrando-os no coalho da areia,
no vento alto e cavo
com os versos molhados,
atirados para dentro do espelho...

Eduarda

2 comentários:

Anónimo disse...

QUE MARAVILHA!

Beijinho saudoso

Antober disse...

Cara Eduarda
Quem te privou do calor da aurora, quem te furtou desse silencio que às vezes julgo misterioso e imperioso para o canto das tuas musas, quem assim fez feriu o poeta, mas deu-lhe alento para novos e mais altos voos.
Mas o que tem sido feito de ti, que justifique tanta ausência?
Um abraço
Antonius