Penduro os beijos estéreis no varal dos meus olhos
calço as luvas róseas das palavras vibrantes
abrevio o pensamento e voo em dilúvios de azul
que cobre a incúria da
minha alma deslizante
São voos mergulhantes no precipício nú do tempo
nas charneiras húmidas do meu corpo, frio
onde o fermento do poema brônzea, a calidez da pele
E os rasgos de ternura torneiam os anéis da alma
num vaivém de caricias áureas de cor, perfumando
de aromas doces, as sombras de corpos selvagens
1 comentário:
Duvido de tudo que dos olhos vem,
Não sei escrever poemas de amor,
Duvido da matéria que compõe
O universo, das flores o cheiro
Mas não da natureza e deliro
Quando escrevo estando muda
Esta, mas das flores não duvido,
Duvido se os poemas de amor
Existem mesmo ou onde moram
Na ciência dos sonhos que descrevo
P’los perfumes que não sinto, d’lírios
Em flor, não sei mais fazer poemas,
Seja de amor ou sobre-o-que-for,
Duvido de tudo que dos olhos vem,
Ou nos braços repouse, da existência
E das romãs, apesar da cor a sangue,
Apenas num algoritmo acredito,
Que é ser viva a natureza e pródiga
A substancia que habita o universo
E em mim mesmo, não sei escrever
Poemas de amor, duvido crendo …
Joel Matos (03/2017)
http://joel-matos.blogspot.com
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