Quando digo de mim
há um bocal ofuscado que me suga
nos beirais dos olhos insanos
um ciclo perigoso cola-se ao peito
e desdiz as mares secas dos olhos
Quando digo de mim
da ponta do espinho solta-se
o reverso do tempo por onde escorre
enxames de beijos roubados
presos à boca.
Alucinando…
Quando digo de mim
o aço estremece
na lisura dos dedos febris
e as partículas adormecidas
gemem ao lado do vento
famintas de ti
Quando digo de mim
calo-me num rosário aceso
na sombra da noite
3 comentários:
Que lindo Liliana!
Um poema forte e instigante, gostei muito de ler você.
Um abraço.
Maravilhoso poema. Prazerosa leitura. Feliz semana.
Os poemas são pedaços das nossas
vidas. Gostei.
Bj.
Irene Alves
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