quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Muito calor... por causa dele iremos ao outro lado, não seremos levados pelo instrumento da religião. Estamos presos ao circulo, somos escravos das chuvas, andamos rodeados de fogo, as mentes queimadas, o silêncio reduzido ao vazio das palavras, são elas que nos queimam , que não nos deixam imaginar nada. Estás ai?! Andas perto, aqueles homens desejam-te, querem saber se as tuas roupas ajustadas contam como é a vida do teu corpo. O teu espíríto agora veste as roupas do teu corpo e tu vai soletrar que está calor, que o fogo rastejou muitos quilómetros, que de tanta madeira queimada nem um barco, nem um tronco a flutuar, nem uma cama velha para o prometido amor eterno. Muito calor nós transportamos a água do corpo e seguimos um carreiro de vestígios, a nossa viagem vai começar. Estamos reduzidos a um zero com muitos séculos. Tu miudo obeso carne triturada, a tua devota mãe o teu severo pai. Da janela da tua caixa de dormir... não há paisagem... não há luz. Precisas daquele olhar que observa a nuvem do céu e daquele pensamento que se preocupa com a asa ferida do pássaro, precisas que o vento te levante. Que a tua mãe seja a tua flor e o teu pai te ensine a trepar as montanhas e a veres a cor das borboletas tão fundamental como o amor entre os teus. Muito calor, por causa dele iremos atravessar o outro momento, não seremos atingidos pelo frivolo costume de destruir. Levaremos connosco as nossas árvores, as nossas pedras. Agora falo para ti Aqueles homens querem água, não a encontraram na tua língua, nem numa margem de terra. Iremos ao outro lado ou ficaremos deste. Muito calor, ainda resistimos, o amor somos nós e nós somos fortes
lobo 05

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