segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mãe



De repente era de novo Setembro
e Setembro nem sei bem porquê.

Talvez
porque as chuvas vieram mais cedo
e as lágrimas que eu tinha
continuam salgados
no meu peito em ferida.

Maio passou de fugida
muito subtilmente
tal como as rosas virgens de um amor perdido.

É assim o tempo,
a doer na memória de um Verão livre
ou de um Inverno quente.

A solidão existe onde quer que eu vá
mesmo nas ruas de néon
de uma cidade que invento
minha,
a vontade de que alguém fique comigo
no meu mundo
tão sem cor,
quando te perdi.

Resta-me a memória.

E hoje
o que eu mais queria
era que estivesses aqui.
Ou eu aí.

Para sempre.