quinta-feira, 29 de maio de 2014
este poema...
neste poema há o rosto
duma mulher triste
nas palavras abriga-se assustada
tem a idade dum tempo sem idade
e o bocejar cinzento
quando o pensamento se passeia
pelos labirintos da saudade.
neste poema há ainda outros sinais
palavras surdas de consoantes e vogais
que ora são rios de mel
ora são agitações e fel...
este poema é feito
de cicatrizes, rugas e sonhos
e insónias que não deixam adormecer
encantos e desencantos
memórias de momentos de prazer
de ternura, de dureza e insensatez
de palavras surdas providas
da minha surdez...
palavras encostadas aos meus lábios
alheias ao tempo
surgem em ventos de desejo
recordando o tempo que me agasalhou
outrora...
e eu acalento o sonho...hora a hora...
natalia nuno
rosafogo
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Fases Lunares
Se o meu ventre
se alimentasse das tuas mãos
sempre que te dispões a tê-lo
debaixo dos teus lençóis
seria num dia de sol
sem a lua por perto
Sinto que no corpo da lua
há ramificações dispostas
a prender-te os movimentos
Imagino-te deitado sobre a terra
banhado pelo seu brilho nocturno
confundindo-te com os raios solares
Não esqueças que te amo
desde a formação do mundo
se alimentasse das tuas mãos
sempre que te dispões a tê-lo
debaixo dos teus lençóis
seria num dia de sol
sem a lua por perto
Sinto que no corpo da lua
há ramificações dispostas
a prender-te os movimentos
Imagino-te deitado sobre a terra
banhado pelo seu brilho nocturno
confundindo-te com os raios solares
Não esqueças que te amo
desde a formação do mundo
Dakini - Mulheres de Areia/2010
sábado, 17 de maio de 2014
Num foliar de melodias
Deixa-me perder-me
no murmulhar ensurdecedor das ondas
onde se sente a macieza translucida dos sons
pernoitar a pele enclausurada de silabas
Deixa-me visitar-te
antes que as heras cubram o meu corpo
e a palidez das horas escorram por entre as mãos
num foliar de melodias transversas á pele, quente
Deixa-me abraçar-te
em gemidos transeuntes de sol
num tiritar de pássaros que habitam em mim
debicando inquietos, os sonhos cilíndricos
que devoram o meu corpo, num antro de loucura
E dá-me a leveza das palavras com que arquitetas
os versos que pincela o teu peito robusto de tons
Calo-me… e abandono-me á fúria dos ventos
que me arranca de ti
Escrito a 14/05/14
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