terça-feira, 14 de outubro de 2008

Silêncio escurecido


Sinto as heras cobrir-me
No silêncio escurecido
Da gélida noite,
Que me aquece o coração
Nesse tempo sem tempo

Sinto-me amarfanhada
Já não sei quem sou
Uma mera ilusão
Um trama sem solução
Uma poesia abstracta
Uma foto gasta
Uma pintura desbotada
Um corpo em devastação

Permaneço na terra
Num abraço de mãe
Em prantos silenciados
Pelos uivos do vento
Que devasta a memoria
Do tempo presente
De quem quer ser
Simplesmente gente

Liliana Maciel

2 comentários:

elisabete fialho disse...

Gostei de ler este ESCRITO
Por vezes é preciso que alguém nos lembre disso - somos gente
Gostei muito
Abraço repulhodo

AnaMar (pseudónimo) disse...

Gosto muito de te ler.

E querer ser simplesmente gente...é TANTO, é MUITO...quase tudo.
Belo poema
Beijos